segunda-feira, 29 de junho de 2009

Lenços, turbantes ou peruca...

Queda de cabelo durante a quimio:

Após o terrível impacto de saber que se está com um diagnóstico de cancro da mama, a tensão recai em saber qual a via a seguir para que a doença seja combatida.
Há várias. E serão os médicos a decidir, em conformidade com a situação clínica de cada mulher. Uma delas, nem sempre uma opção necessária, é a Quimioterapia.
E decidi falar da quimioterapia, porque este processo tem um dos efeitos secundários que mexe muito com a auto-estima e a imagem que a mulher tem de si, fazendo-a entrar, muitas vezes, numa espiral de depressões ainda mais profundo.
Nem sempre se passa pela mastectomia, nem pela quimio... mas quando a mulher tem que vivenciar as duas situações o percurso da doença/cura pode tornar-se ainda mais espinhoso no sentido de percurso quer físico, quer familiar ou até mesmo social. O temor e a angustia que a mulher enfrenta ao imaginar-se careca é mais um golpe.
A queda de cabelo, o tema a que nos propusemos falar hoje, acontece devido ao ataque feito pelas substâncias químicas, não exclusivamente, e só, á células malignas, mas também a algumas células saudáveis: aquelas que são de reprodução rápida. São elas as células da mucosa do estômago, da medula óssea e as capilares. A paciente deve falar com o médico/a para perceber as probalidades de isto acontecer. Nos casos de maior agressividade dos compostos da quimio, a queda acontece, normalmente, entre 16 a 18 dias após o primeiro tratamento de quimio e é um efeito reversível: findos os ciclos de quimio definidos, o cabelo volta a crescer, embora quase sempre com uma textura diferente. Também pode ser uma queda parcial ou total: pode cair o cabelo todo, ou ficarem sempre algumas madeixas. Também é normal caírem os pêlos púbicos e os cílios.
Cada caso particular tem que ser visto como isso: particular. E os elementos médicos que seguem as pacientes têm um papel importante no esclarecimento das dúvidas e receios. Por isso aconselha-se: perguntar e insistir sempre que haja dúvida alguma.



- Auto-estima e valorização de imagem durante a doença:



Cada mulher procura, dentro de si e do meio sócio-familiar que a rodeia, enfrentar a sua calvice forçada.

Há quem opte por cortar o cabelo antes de começar a cair, quem venda o cabelo para fazer perucas de cabelo natural, quem compre uma peruca logo de seguida, quem deixe que o processo natural da queda se desenrole por si , quem opte por usar turbantes ou lenços coloridos e há ainda quem assuma a sua "careca" sem preconceitos e receio dos olhares indiscretos e interrogativos.
Quaisquer opção é digna e legitima se serve a qualidade de vida e aumenta a valorização da imagem pessoal da mulher que a toma.
A mulher tem que se sentir bonita e confiante, lutar também por estar bem com a imagem, dar-se esse mimo. Não há nisto nada de fútil, não façamos juízos de valor.

No caso de optar por peruca há que ter um certo cuidado na sua escolha: de fibra sintética ou cabelo natural? Comprar onde? Como escolher? Como fazer a manutenção e higiene regulares - sim! que mesmo sendo peruca tem que ser lavada com produtos indicados e nem sempre suporta o secador... Quanto pode custar uma peruca? - depende do material, há desde os 100€ até aos 500€ mais ou menos.
Não existem em muitas cidades e a informação não chega a todos os locais, por isso deixo alguns endereços de compra/aluguer de perucas. No Porto, em Coimbra e em Lisboa. No Sul não encontrei nada do género:

- Porto


  • Inês Pereira

    R. Firmeza, 509 (Baixa Portuense)
    4000-230 Porto
    Tel. 222 001 675
    Horário: segunda a sábado - 9h às 19h
    Endereço na net- http://www.inespereira.pt/

- Coimbra

  • Tecnicabelo
    Avenida Armando Gonçalves Edifício Hotel Tryp (antigo Melia)
    Centro Comercial Sol - Loja 19
    3000-059 Coimbra
    Tel.: 239 482 413 Fax: 239 482 413 Telemóvel: 936 613 744 / 919 511 964
    Endereço na http://www.tecnicabelo.com/

- Lisboa

  • Casa Minabel
    Praça Alegria 44,1º-E,
    1250-004 LISBOA
    Telefone 213 461 530 Fax 213 244 422
    Endereço na net http://www.minabel.pt/


Há ainda hospitais, que a pedido da doente pode facultar peruca. Caso seja esta a opção deve informar-se junto do mesmo e saber quais os procedimentos a tomar. Muitas das casas que vendem perucas têm acordos com as entidades hospitalares, o que pode significar facilidades de apoio social. Existem também, nalguns casos acordos com vários sistemas de segurança social, deve-se obter informação neste sentido antes da compra para se poder beneficiar do mesmo.

Espero que esta seja uma informação útil. Esperamos enriquecê-la com a experiência de quem nos visita e ajudar quem nos procura.

Bjos

quinta-feira, 25 de junho de 2009

As fotos (algumas)... finalmente!!!!

No Santuário. Já um dos grupos tinha "zarpado" para a missa




Pia do Urso - Inicio do almoço...



Calor, sede , convivio e... brincadeiras!



Hora do café... na esplanada.




E no parque, a conversa mantinha-se, a conversa e a boa disposição




As sobreviventes, os sobreviventes... e a esperada brisa fresca.



Esta é uma foto-reportagem com apenas algumas (algumas!) das dezenas de fotos que se tiraram naquele dia.
Não foi fácil escolher... tentei mostrar alguns dos momentos distintos que vivemos em Fátima e na Pia do Urso.
Agradeço aos nossos sempre atentos, prestáveis e bons fotógrafos: Joaquim, Paulo Azevedo e Tó Vieira.

Bjinhos a todos/as

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Foi Magia...

E no dia 21, em Fátima, mesmo antes das 10h, hora marcada para o encontro, já se faziam chegar algumas mulheres vestidas de rosa e branco.
Acompanhadas de familiares ou amigos/as, aos poucos fomo-nos reunindo junto á Capelinha. Num grande alvoroço, as conhecidas, mais comedidas e envergonhadas as que se nos apresentaram pela primeira vez... mas em cada rosto uma semelhança: o sorriso que se mostrava antes mesmo de se dizer o nome e dar um abraço com sabor a "estamos aqui".

A conversa fluía desde o primeiro momento, as mãos tocavam-se várias vezes e o olhar, amiúde, ficava humedecido da surpresa e alegria. A magia dos afectos ia acontecendo logo ali, para se estender dia fora.
Muitas pessoas vieram pedir o cartão que tínhamos na mão... aquele grupo efusivo e todo ele em branco e rosa ia despertando a curiosidade dos peregrinos em geral. A hora da missa chegada, e um grande grupo dirigiu-se para mais perto da homilia, enquanto algumas pessoas se dirigiram logo para o local do pic.nic, a "Pia do Urso", um parque natural que se revelou de uma beleza extraordinária.

O calor, nos seus 39º, já se tornava insuportável mas nem esse factor impediu que a missa fosse seguida até ao fim pelas resistentes, enquanto outro grupo igualmente grande se instalava ás sombras de parque de merendas.
A disposição das mesas impediu a partilha facilitada dos petiscos, mas mesmo assim, o corropio para a mesa dos vizinhos era enorme e motivo de risadas e comunhão, bem como a galhofa e conversa cruzada, muitas vezes quase imperceptível naquela grande e saudável barafunda.

Era um espaço que albergava, arrisco dizer, cerca de cem pessoas ou mais... e não sendo grande o suficiente para estarmos todos instalados em mesas, foi suficiente para nos acolher e proporcionar momentos divertidos, de convívio, de partilha de experiências e de amizades.


Deixámos que o cansaço da manhã e a fomeca esmorecessem e as meninas "Movimento Rosa Esperança" iniciaram uma segunda aproximação ás mulheres presentes. Era necessário saber mais de cada uma, agradecer a presença falar do Movimento que as tinha desafiado a comparecer aquele encontro.
Entregámos um postal, pedimos e demos contactos, ouvimos experiências e percursos pessoais, falámos de nós e do que gostaríamos de ser enquanto "Movimento Rosa Esperança", falámos de nós, de coisas sérias, de coisas divertidas, rimos e dividimos momentos.
O calor não abrandava, mesmo á sombra... e o cansaço já obrigava algumas pessoas, as que tinham vindo de mais longe, a rumarem de volta a casa. E sempre que alguém se despedia a nostalgia de perceber que a tarde ia acabar. Apenas a vontade de um novo encontro, comum a todos os presentes, superava este sentimento.
E porque foi o primeiro, e porque a tudo o que é "primeiro" está sempre inerente alguma inexperiência, sentimos que muito poderia ter sido diferente... e também aqui, a alegria de ter recebido amigas e de ter conhecido tantas mulheres supera esse sentimento e faz-nos desejar que o próximo encontro seja ainda melhor .

Estivemos no parque, até ás 21h, mais ou menos. E despedimo-nos da brisa fresca (finalmente um ar fresco!) com alguma resistência.
Só as abelhas, ou vespas, ou que quer que fossem aqueles aviões irritantes de volta de nós, não nos deixaram saudades.

A todas as pessoas presentes neste nosso encontro: ás que estiveram apenas no Santuário, ás nos acompanharam no pic-nic e ás presentes o dia todo um agradecimento sem fim.
E a todas as mulheres que sabemos estar connosco, mas que não puderam marcar presença física, um obrigado igualmente infinito.


A nossa casa é vossa, queremos crescer e chegar a muitas mais mulheres.
E é o que faremos, também com a vossa ajuda, devagar, confiantes das nossas intenções e sempre concentradas no objectivo principal: dar-vos momentos de Alegria; Esperança; Glamour e tudo o que seja a magia de ser Mulher... sempre.


P.S.- Faltam as fotos, eu sei. Peço só mais um dia ou dois... só até ter tempo de organizar os milhares que vou recebendo, ok?


Bjinhos a todas

terça-feira, 16 de junho de 2009

Sobre o I Encontro Rosa Esperança

Para esclarecer algumas dúvidas que nos têm sido colocadas, através de e-mails e nos blogues, sobre o encontro em Fátima:

- O Encontro é no recinto do Santuário, por volta das 10h, junto á Capelinha das Aparições. Como iremos de rosa e branco, a identificação do grupo é fácil. Quem se atrasar não desespere que estará lá sempre alguém até ao final da missa. Se por acaso o atraso for mesmo muiiiiiiiiito grande pode ir directo para o parque "Pia do urso", onde decorrerá o convívio/almoço.

- O transporte até Fátima é feito a titulo particular, ou por boleia de alguém conhecido e que também queira estar presente. Não temos transporte colectivo, até porque seria difícil, uma vez que temos já pessoas de várias zonas do pais a estar presentes.

- Este encontro é aberto, também, a todas as pessoas que queiram estar presentes, com cancro da mama ou não, com outro tipo de cancro (ovários e útero, como me perguntaram, por ex.), e até a quem não tenha problemas oncológicos mas esteja sensibilizado com a causa do cancro da mama. Sendo um encontro de mulheres com cancro da mama, essencialmente, não se fecha a ninguém.

- O lanchinho ( merenda, marmita, farnel etc... o que lhe quizerem chamar) devemos ser nós a levar, mas uma vez chegado é para degustação do grupo em geral. Ou seja, será englobado na mesa para todos se poderem servir. E posto assim, aconselho a que se esmerem, eheh

- Exigência única: boa disposição! (mas esta parte vão perceber que é um factor natural para quem se junta com as amigas "Rosa esperança").


Nota:
Recebi email da Paula Almeida e não consigo enviar resposta... dá sempre erro. Peço desculpa por isso, mas penso que as suas dúvidas também ficarão esclarecidas com este post.

Esperamos por todas no dia 21.

Dá que pensar... e muito!


2000 doentes com cancro pedem ajuda económica à Liga
por ANA TOMÁS RIBEIRO


"Liga Portuguesa contra o Cancro teve mais 50% de pedidos de apoio de doentes no último ano, revelou o presidente Vítor Veloso. Assim, 1500 já estão a ser apoiados, mas 500 ainda esperam por auxílio para transporte, medicamentos e alimentação. Hoje, Linha Cancro lança a sua nova imagem.
Neste último ano, a Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC) registou um crescimento de 50% nos pedidos de ajuda económica de doentes oncológicos. São pessoas que na sua maioria vivem com o salário mínimo nacional e que, com a crise e doença, passaram a necessitar de apoios para o transporte para os hospitais onde recebem tratamento, para os medicamentos e para alimentação.
No total, a Liga está a apoiar 1500 famílias, o que representou, no último ano, uma verba de 200 mil euros só para ajudas económicas - mais 20% do que em 2007. Mas as verbas de que a entidade dispõe já não chegam para ajudar todos. Por isso há, pelo menos, mais cerca de 500 doentes à espera de auxílio, disse ao DN o presidente da LPCC, Vítor Veloso, sublinhando: "O que mais me custa é que são a chamada pobreza envergonhada. Gente que viveu normalmente, mas que a doença e a situação de crise os obrigou a pedir."
A sorte é que, em ano de crise, as receitas da Liga Portuguesa contra o Cancro também cresceram, admite. "O que faz acreditar que com ela algumas pessoas começaram a pensar mais no lado de lá da vida." O apoio económico será, assim, uma área prioritária para a LPCC nos próximos tempos. Mas não a única.
Alargar o ajuda psicoemocional aos doentes oncológicos e seus familiares e informar cada vez mais pessoas sobre o cancro, como uma forma de prevenir a doença, é outro dos seu objectivos. Por isso, investiu recentemente cerca de 65 mil euros, na renovação da imagem e na campanha de divulgação da Linha Cancro, que se inicia hoje na imprensa.
Criada há quase dois anos para "informar, tranquilizar, educar e esclarecer", não só os doentes de cancro mas também os seus familiares e outras pessoas que queiram saber algo sobre a doença, a Linha Cancro conta agora com o patrocínio da Sanofi Pasteur MSD.
O objectivo é tornar este serviço mais conhecido, explicou ao DN Vítor Veloso, acrescentando: "Gostaria que o número médio de 15 chamadas telefónicas diárias para o 808 255 255 triplicasse".
Até agora, de forma geral, um em cada três doentes obteve informação sobre linha no hospital. As patologias mais abordadas por quem liga para a Linha Cancro são o cancro da mama (30%), colo rectal (8%), próstata (6%), colo do útero (5%), pulmão (5%), estômago (4%), linfomas (3%) e leucemia (2%). Cerca de 15 % das chamadas têm como objectivo pedir esclarecimentos sobre outros tipos de cancro e
cerca de 19% dos utentes não identificam a patologia.
À mudança de imagem da linha telefónica, a LPCC associou a criação de um e-mail para onde os doentes podem enviar os seus pedidos de informação (ver caixa).
A linha telefónica registou nos seus dois anos de existência 7222 chamadas, a maioria de mulheres a pedir apoio ou informação sobre o cancro da mama (ver caixa). Trata-se de um serviço assegurado por técnicos especializados, desde enfermeiros a psicólogos, que funciona entre as 09.00 e as 22.00 horas de segunda a sexta-feira. Ali, os utente podem saber como obter apoios sociais e psicológicos, conhecer os seus direitos de doentes oncológicos, informarem-se sobre sítios credenciados para receberem tratamento.
"O serviço criado na Net permite agora dar resposta a doentes ou familiares que não querem ter contacto oral com psicólogos sentindo-se mais seguros a expor as suas necessidades por escrito" , sublinha o presidente da LPCC".

Esta noticia é/deve ser uma preocupação para a população em geral...

Acho que todos nós, de alguma forma, conhecemos ou sabemos de alguém que devido a um percurso de doença, mais alongado, entrou numa espiral de dificuldades. Nestas situações, não há prioridade acima do doente, do seu bem estar e das suas necessidades. Todos os meios e recursos são canalizados para isso.
Se olharmos para os números dá que pensar. Corresponderá a quantas famílias?
E outra coisa nos salta á vista: o cancro da mama encima a percentagem de maior nº de pedidos de ajuda... e que ainda existem uns inquietantes 19% que não sabem identificar o tipo de cancro de que padecem.



Bjos

domingo, 7 de junho de 2009

I Encontro Rosa, Esperança


O "Movimento Rosa, Esperança" vai realizar o 1º encontro.
Será em Fátima, no dia 21 de Junho e convida todas as mulheres/famílias que queiram estar presentes.

Embora sendo num local de grande religiosidade, não tem cariz religioso ou outro.
Pretendemos que seja um encontro de alegria, partilha e amizade. Uma extensão da mensagem que temos transmitido até aqui, com a peça de teatro, que fala sobre a experiência do cancro da mama.

O dress-code será o rosa/branco, para homens e mulheres. Desta forma a identificação do grupo, quer no recinto das Aparições quer no parque "Pia do Urso", será mais fácil a todos.
Não esquecer a merenda, cada um de nós vai participar do almoço com o que entender por bem levar.

Vai ser um dia memorável... não faltem.